A mulher celta: o feminino na Idade do Ferro

Estátua de Boadicea, próximo ao pier de Westminster, Londres.
Por: Barbara Lima | http://lattes.cnpq.br/1560719262043994
Κελτοί  - Núcleo de Estudos Celtas | www.historiaufrrj.wix.com/keltoi

Ser mulher na antiguidade, assim como a discussão sobre ser mulher de uma forma geral, foi e ainda é objeto de estudo e discussão em diversas áreas das humanidades. Entender a presença do feminino nas sociedades antigas, implica também entender relações de poder, papéis sociais e importância dada ao gênero. 

É comum associarmos a figura da mulher na antiguidade com a ideia de submissão e propriedade conferida ao feminino nas sociedades greco-romanas. Embora seja essa que nos vem, quase que automaticamente, à cabeça é necessário nos ocuparmos por ora em entendermos que ser mulher na antiguidade vai muito mais para além disso.

Voltemos agora para da Idade do Ferro na Europa, que toma lugar por volta de 1200 a.C e 1 a.C e venhamos a focar nossa atenção para as sociedades autóctones que povoavam aquele vasto espaço. No oeste da Europa a partir desse período houve a disseminação de povos nos quais hoje, através de associações linguísticas, arqueológicas, religiosas, sociais, etc; chamamos de celtas.

Credita-se a primeira menção sobre os celtas no mundo clássico a Hecateu de Mileto na Grécia em que chamou aos "bárbaros do oeste" de Κελτοί (Keltoí), mas também encontramos registros de Heródoto e outros autores sobre esses tais povos.

Os celtas, comparados aos seus contemporâneos, tinham costumes consideravelmente diferentes. As práticas religiosas não eram feitas em templos, mas sim na natureza, haviam sacrifícios humanos e animais para os deuses, a estrutura social, política e econômica era de uma dinâmica estranha aos "civilizados". Dentre essas diversas diferenças claras entre celtas, gregos e romanos; também se insere o lugar da mulher na primeira sociedade citada. Importante lembrar que os celtas não tinham unicidade de povos, línguas, práticas, etc. O que os tornavam "celtas", como citado acima, eram as semelhanças de intercâmbios claros entre tais sociedades.

• A mulher celta

Diferente de suas contemporâneas gregas e romanas, a mulher celta gozava de um posicionamento social claramente melhor. Elas não eram vistas como propriedades dos homens de sua sociedade, fossem pais ou maridos, e tinham uma liberdade de ações invejável para aquela época.

Embora a sociedade celta da Idade do Ferro fosse patriarcal, na qual homens tinham um papel muito mais significativo e ativo socialmente do que a mulher, ainda nos é inspirador o posicionamento feminino e a voz ativa nunca vista se comparado ao mundo clássico, por exemplo.

A mulher celta tinha, como já dito, liberdade de ações para além da nossa imaginação sobre uma sociedade patriarcal da antiguidade e também poderiam ser protegidas por leis.
Os escritores clássicos registraram suas surpresas em seus escritos, como Diodoro Sículo quando descreveu uma mulher gaulesa:
"Quase tão alta quanto o homem, a quem eles rivalizavam em coragem"
Já Amiano Marcelino nos dá uma visão mais "animada":
"... Um bando inteiro de estrangeiros será incapaz de lidar com um [Gaulês] em uma luta, se ele chamar por sua esposa, de longe, ainda mais forte do que ele e com olhos cintilantes; muito menos quando ela cresce seu pescoço e range os dentes, e intoxicando seus enormes braços brancos, fazendo chover golpes misturado a pontapés, como a descarga de cordas torcidas de uma catapulta ".
Através dessas breves falas já podemos identificar grandes diferenças entre a mulher celta e a clássica. Como disse Amiano, elas eram convocadas para batalha e lutavam junto aos seus maridos, muitas delas causavam mais medo do que os próprios homens. Imagina-se que tenha sido uma curiosa surpresa para os romanos, quando começaram a expansão territorial nas áreas de assentamentos celtas, ao ver uma mulher vindo em sua direção para matá-lo. O tamanho das mulheres também era algo incomum, de acordo com Diodoro; e com certeza a força e a fúria aplicada durante confrontos.

Embora a vida pública entre os celtas da Idade do Ferro fosse em grande parte dominada dos homens, as mulheres conseguiam desempenhar um papel proeminente também. Elas não parecem ter sido sistematicamente excluídas de qualquer ocupação. As mulheres poderiam se tornar druidas (maior cargo social-político de uma sociedade celta, falaremos mais a seguir), governantes, aristocratas, etc.

Poderiam realizar negócios sem o consentimento ou participação de seus maridos, poderiam também servir como diplomatas. Na verdade, uma mulher agiu como embaixadora no estabelecimento do tratado entre o general cartaginês Hannibal e o governante celta Volcae, durante uma marcha contra Roma. Plutarco escreveu no segundo século a.C que havia uma longa tradição entre os celtas em que mulheres atuavam como mediadores ou juízas em disputas políticas e militares. Elas também eram conhecidas por desempenharem um papel de mediação semelhante em suas próprias assembleias tribais.

A artista Cheyanne produziu ilustrações de como poderiam ter sido as roupas utilizadas pelas mulheres celtas. Seguem as mesmas abaixo:
Lembramos que essas ilustrações são especulativas, produzidas através de achados arqueológicos e relatos de escritores clássicos. A palavra "nobre" utilizada aqui se refere a uma mulher com grande influência social, governante de uma tribo ou aristocrata.

• Casamento e direitos das mulheres

Como a mulher celta não era tratada como propriedade de seu pai e/ou marido, a instituição do casamento também tinha suas particularidades. Geralmente o casamento dentro das sociedades celtas era visto como o estabelecimento de parcerias entre homens e mulheres, diferente da lei romana, por exemplo, que ditava ao casamento a passagem da posse da mulher do pai para o esposo. Para Heather Payne Savino:
"Apesar de Júlio César escrever que os homens celtas, tecnicamente, tinham o poder de vida e morte sobre suas esposas, as mulheres, no entanto, gozavam de muitas proteções legais. Elas não podiam se casar contra a sua vontade, eram autorizadas a escolherem seus maridos, embora as famílias estivessem, sem dúvida, envolvidas nas decisões de casamento. Casamentos políticos para fins de aliança eram comuns entre os nobres."
Dentro do casamento, as mulheres eram autorizadas a possuir e herdar bens de forma independente e mulheres casadas podiam "dar entrada" em processos judiciais sem o consentimento de seus maridos. A independência econômica das mulheres dava a garantia e estabilidade as mesmas em caso de divórcio ou morte do marido e caso houvesse a necessidade do divórcio, este poderia ser pedido por ambas as partes: quadro bem diferente do que era visto no mundo clássico.

Para o historiador Jean Markale:
"O casamento celta era essencialmente contratual, social e não-religioso, mas com base na liberdade do marido e da esposa"
Na Irlanda e na Escócia, existiam ainda "casamentos experimentais" de um ano em que poderiam ser dissolvidos caso se provassem impraticáveis e mulheres divorciadas em geral não eram menosprezadas e eram sempre livres para se casarem de novo. Os celtas considerados, em muitas das vezes, poligâmicos nos surpreendem ao também haverem casos de poliandria, como na Escócia, onde a mulher é quem "possuia" diversos parceiros.

"Druidesas"?

Alguns dos pesquisadores das sociedades celtas se empenharam em tentar entender a complexa formação social desses povos autóctones. Descritos sempre como bárbaros, desorganizados e desordeiros, ao olharmos mais de perto percebemos que de certa forma, não era bem assim.
As sociedades celtas não tinham um "auto-governo" natural; mas sim hierárquico e por vezes, bastante centralizado.

O canal ao qual esse poder, na maioria das vezes, era atribuído eram os druidas.
Os druidas, para a sociedade celta, a priori nos eram apresentados somente como homens idosos de vestes brancas e sedentos por sacrifícios humanos. Esta visão foi fomentada através dos escritos clássicos, repletos de estranhamento por parte dos gregos e romanos que tinham contatos com estes indivíduos. Júlio César, por exemplo, em A Guerra da Gália faz um dos mais compreensivos e convincentes relatos sobre a classe social dos druidas, além de ser um dos primeiros a fazer apontamentos mais diretos aos ritos religiosos que envolviam sacrifícios humanos. Porém, na obra de Filipo Lourenço Olivieri, Os Druidas, temos a relação entre César e os druidas expressada como de cunho mais estritamente político. Analisando a posição do líder militar naquele momento, em campanha e a conquistar e anexar cada vez mais terras estrangeiras ao império, podemos arriscar que o relato produzido por ele, atendia as necessidades da formação da imagem de bom combatente, portanto, imagina-se que dissertar negativamente sobre aqueles que eram estranhos aos olhos dos romanos auxiliaria nesta construção pejorativa.

Atualmente, com o avanço historiográfico, já temos melhores análises sobre as funções dos druidas nas sociedades célticas em diversos recortes temporais e espaciais. O renomado arqueólogo e acadêmico Barry Cunliffe, em seu trabalho Druids: A Very Short Introduction analisa as diversas representações dos druidas através da literatura e diz que every genaration has recreated Druids in a mode satisfying to the aspirations and emotional needs of the time. Ou seja, os discursos criados sobre esses indivíduos sofreram forte influência do tempo presente daqueles que os analisavam  e escreviam sobre.

Arturo Sanchez Sanz nos explica brevemente a formação "trifuncional" da aristocracia da maioria das sociedades celtas:
"(...) esta división social trifuncional quizá podría estructurarse de outro modo en base a aspectos religiosos, que eran los que principalmente definían a los druidas como intermediarios entre los dioses y los seres humanos; así, la sociedad celta se dividiría en dos sectores prioritarios, cada uno de ellos separado a su vez, en vários niveles claramente delimitados: por un lado estarían las jerarquías religiosas, integradas en orden descendente, por los druidas (sacerdotes, jueces, médicos y en ocasiones administradores de bienes comunitarios), los vates (filósofos, adivinos, expertos em magia y sanadores), y los bardos (quienes se encargaban de cantar las alabanzas a los dioses, difundir las tradiciones y conservar los mitos, además de cultivar la literatura oral y transmitir los relatos de hazañas guerreras a la posteridad); a los cuales habría que unir a los aspirantes que estudiaban para alcanzar tales puestos en la sociedad."
Após esse breve panorama sobre os druidas, no qual provavelmente já se pôde perceber que a primeira vista seria uma atividade exercida exclusivamente por homens, podemos melhor nos situar acerca da posição das mulheres nesse meio.
A pergunta que pairava sobre minha cabeça e possivelmente por tantas outras que liam sobre os druidas, bardos e vates; era se só haviam homens nessas três instâncias. Nos relatos de César não encontramos diretamente algum registro sobre uma possível "druidesa", talvez o militar não se deparou com alguma, mas a julgar pelo teor de sua escrita de clara auto-promoção; seria viável citar, em uma obra a ser passada para as mãos de aristocratas romanos, que mulheres tinham posições de poder em sociedades que existiam contemporâneas a eles?

A questão acima é, por ora, apenas uma especulação; mas a presença das mulheres entre a aristocracia celta de maior influência em tais sociedades já se tornou um tópico cada vez mais iluminado por diversas pesquisas.

As primeiras observações dos celtas descritas em relatos não falam da presença de mulheres como sacerdotisas ou "videntes". Estes observadores romanos e gregos, produtos de uma cultura dominada pelos homens e que aplicavam toda sua carga cultural nos escritos de suas observações, podem não terem tomado nota das mulheres celtas em papéis de poder, como já exposto acima. Os homens romanos tinham um imaginário sobre as mulheres com ideias de posses então, como resultado desse pensamento aceitar mulheres em cargos públicos, como governantes ou chefes, era absurdo para eles. Finalmente, no século I d.C, Tácito relatou
"que os celtas não faziam distinção entre governantes masculinos e femininos."
Infelizmente, o relato direto da existência de "druidesas" nas sociedades celtas ainda se restringem as lendas e histórias contadas por esses povos. Porém, como já visto nesse texto, a mulher tinha um papel social ativo e considerado por seus pares, desta forma podemos acreditar que fosse possível o exercício dessa atividade por alguém do sexo feminino. O silenciamento da figura da mulher em determinados casos, como observado nos relatos romanos, sem dúvida é um desafio para todo e qualquer pesquisador de tais temas.

• As grandes mulheres do mundo celta

Como pudemos perceber, diversas mulheres celtas se sobressaíram em meio as suas sociedades; e tal feito chamou a atenção dos homens letrados do mundo clássico, por isso, hoje temos o conhecimento do nome e das atitudes de algumas delas. Podemos apontar, talvez, como os dois maiores nomes do feminino celta; as figuras interessantíssimas de Boadicea e Cartimandua; ambas renomadas por atitudes que caminharam em diferentes direções, mas que não desmerecem nenhum de seus feitos.
"... um terrível desastre ocorreu na Britânia. Duas cidades foram saqueadas, oitenta mil dos romanos e de seus aliados morreram, e a ilha foi perdida de Roma. Além disso, toda essa ruína foi trazida sobre os romanos por uma mulher, um fato que por si só lhes causou a maior vergonha .... Mas a pessoa que era o principal instrumento despertando os nativos e persuadi-os a lutar contra os romanos, a pessoa que foi considerada digna de ser seu líder e que dirigiu a conduta de toda a guerra, foi Boudicca, uma mulher bretã de família nobre e possuidora de uma inteligência maior do que muitas vezes pertence à mulher .... Em estatura ela era muito alta, de aparência aterrorizante, no olhos o olhar mais feroz, e sua voz era dura, uma grande massa de cabelos grossos e ruivos caia até os quadris, em torno de seu pescoço havia um grande colar de ouro; e ela usava uma túnica de várias cores sobre a qual um espesso manto foi preso com um broche. Este foi seu vestuário invariável ".
Dio, História Romana (LXII.1-2)
Boudicca, mulher descrita por Cassius Dio, esposa do rei da tribo celta dos Iceni (nordeste da Britânia, atual Inglaterra), que após a morte do marido, no que mantinha tratos de clientelismo com Roma, viu-se ameaçada pelos romanos que em sua tribo viviam, uma vez que os mesmos não as respeitavam por ser mulher e após o ocorrido, sua filhas acabaram por serem estupradas inúmeras vezes por soldados romanos. Além desses aspectos, haviam muitos outros envolvendo já constantes queixas dos Iceni para com a atuação de Roma na província. Somando esses fatores, Boudicca rebelou-se contra seus colonizadores e incitou uma das maiores revoltas do período de romanização da Britânia Romana; revolta essa que quase conseguiu dizimar Londinium (Londres), Camelodunum (Colchester) e Veralamium (St. Albans) do mapa (imagem ao lado). Infelizmente após os primeiros ataques dos nativos aos romanos e os mesmos já cientes dos acontecimentos, os soldados de Roma se voltaram contra aqueles que se rebelaram e os venceram; mas levaram consigo um enorme massacre de seus homens causados por uma mulher. Após isso não se tem certeza do que acontecera a Boudicca. Presume-se que a mesma se matou, mas seu corpo nunca foi encontrado.


William Smith em A Dictionary of Greek and Roman biography and mythology nos conta que:
"Cartimandua, rainha dos Brigantes na Grã-Bretanha, em cerca de 50, ano em que ela traiçoeiramente entregua aos Romano, Caractacus, que tinha vindo a ela procurar sua proteção. Por este ato de traição para com os seus próprios compatriotas, ela ganhou a graça dos romanos, e aumentou seu poder. Por isso, diz Tácito, surgiu riqueza e luxo, e Cartimandua repudiou seu próprio marido Venutius para compartilhar sua cama e trono com Vellocatus, o braço direito de seu esposo. Este jogou seu estado em uma guerra civil, uma parte de seu povo apoiou Venutius contra o adúltero. Venutius formou um exército de auxiliares, derrotou os Brigantes, e reduziu Cartimandua ao seu limite. Ela solicitou a ajuda dos romanos, que a salvaram do perigo; mas Venutius permaneceu na posse de seu reino." 
Cartimandua
Boudicca


Ao contrário de Boudicca, Cartimandua se juntou aos romanos para conseguir poder e apoio, levou sua tribo quase ao colapso, traindo seus pares. Isso chamou a atenção de Tácito que descreveu o ocorrido em sua obra Anais.

Como pudemos observar, a mulher celta e as sociedades celtas em si, estavam muito a frente de seu tempo se comparadas ao mundo clássico.


Uma fator importante na arqueologia para conseguirmos saber um pouco mais dessas grandes mulheres, são os túmulos encontrados. O número de mulheres que obtiveram um sepultamento honroso e rico, sinalizando seu poder e importância, tem crescido vertiginosamente.

Um dos túmulos celtas mais importantes responsável por revolucionar a imagem da mulher dentro dessas sociedades é o da princesa de Vix (figura da reconstrução de seu rosto feita através do crânio e maxilar encontrados, à esquerda), onde uma quantidade de artefatos incrível foi encontrada e que demonstravam, para além da sua posição social, interações com o mundo helênico.
Recentemente foram encontrados restos mortais de 14 mulheres de alto status social enterrados em Stonehenge, Inglaterra (para saber mais sobre isso, clique aqui); o que nos prova, que tais sociedades autóctones viam na mulher um valor muito maior do que seus contemporâneos romanos e gregos.


A liberdade e possibilidade de posicionamento social da mulher, infelizmente suprimida e extinta em sua forma original após os períodos de romanização, é algo que surpreende aos estudiosos do tema. O supracitado professor e arqueólogo Barry Cunliffe, em sua palestra de título "Who were the celts?", ao falar das mulheres celtas expõe que:
"Sem dúvida, se eu pudesse escolher naquele tempo entre ser uma mulher celta ou uma mulher romana, eu escolheria ser uma mulher celta."
_______________________________________________
Fontes:

CÉSAR, Júlio. De Bello Gallico, VI, 13.
CÁSSIO, Dião. História Romana, LXI, 1-2.
TÁCITO, Anais, III, 12-13.

Bibliografia:

CUNLIFFE, Barry. The Ancient Celts. Itália: Penguin Books. 1997.
CUNLIFFE, Barry. Druids: A very short introduction. Nova Iorque. Oxford University Press. 2010
JONES, Prudence, PENNICK Nigel.  A History of Pagan Europe.  New York:  Routledge, 1995.
LUPI, João. Druidas, Cavalheiros e Deusas. João Lupi (org.). Florianópolis, Insular, 2010.
MARKALE, Jean. Women of the Celts. Inner Traditions International. Vermont; 1975.
OLIVIERI, Felippo Lourenço. Os Druidas. São Paulo: Perspectiva, 2014.
RICHMOND, I. A.,. Queen Cartimandua. The Journal of Roman Studies, V.44, 1954
SANZ, Arturo Sanchéz. Druidas y Dryades em la sociedad celta. Iberian. Revista Digital em História. Nº 8, 2013.
SAVINO, Heather Payne. The Lives of Ancient Celtic Women. Celtic Learning Project. 2002
SMITH, William. A Dictionary of Greek and Roman biography and mythology. London, 1873.

Share:

4 comentários

  1. [...] "Como pudemos observar, a mulher celta e as sociedades celtas em si, estavam muito a frente de seu tempo se comparadas ao mundo clássico." [...]

    Tão a frente de seu tempo que foram subjugadas pelo patriarcado romano e algumas até se perderam com a romanização.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Só mostra que quanto mais brutal a sociedade mais ela domina e explora. Bem, quando pensamos em Roma, o que nos vem a mente?? Na minha vem expansionismo e belicismo desenfreado, escravidão, brutalidade, autoritarismo e despotismo, tirania, oligarquia, privilégio social dos patrícios, a fome da plebe, a propriedade latifundiária e monopolista, além de um legado cultural que inspira mais guerras, brutalidade e fascismo no mundo contemporâneo. Na prática Roma foi um flagelo que escravizou o mediterrâneo e é romantizada por todos os estados autoritários que desejam fazer o mesmo na modernidade.

      Excluir
  2. Estar a frente de seu tempo não impede que impérios com mais poder de ataque e armamentos aniquilem uma tribo ou sociedade

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. As tribos indígenas da América em geral possuiam um estilo de vida bem mais agradável do que o da Europa e foram recompensados com a selvageria e a brutalidade da dominação espanhola, portuguesa ou inglesa. O pior que quanto mais uma sociedade é expansionista e beliciosa, mais tirânicos e autoritários são os seus costumes internos. Quanto mais expansionista é o império, em pior estado se encontram suas mulheres, seus plebeus e mais brutal é o sistema econômico, que muitas vezes é escravista. O problema é que por muito tempo a historiografia romantizou impérios e tratou povos autoctones como bárbaros. Chega-se ao ponto de um Adolf Hitler apagar totalmente a identidade verdadeira dos chamados germânicos (que não se chamavam assim) e imputar neles uma disciplina romana, simbolos romanos, marchas romanas e um monte de exaltações a cultura e ao militarismo romanos. A "Raça Germanica" dos Nazistas, não tinha nada em comum com os povos semi-nomandes que viviam em cabanas comunitárias na antiguidade, mas era na verdade uma recontrução da "glória" romana e do militarismo romano, porque tudo que é civilizado vem de Roma. Os próprios franceses em sua revolução, imitaram tanto Roma que terminaram criando um reino do terror e uma enorme guerra, pois este é o legado de Roma. Os povos mais pacíficos, de costumes mais livres, foram todos exterminados ou escravizados por tiranias como estas.

      Excluir